A pré-existência de Cristo é a
doutrina que fala do Cristo que existiu antes de nascer de mulher ou do Cristo
que existiu antes do mundo ser criado. O entendimento incorreto dessa doutrina
pode levar a distorções que comprometem as puras verdades da palavra.
Uma boa pista para entender
melhor isso é diferenciar o modo como vemos a existência das pessoas com o modo
como Deus ver. Para nós, pobres seres humanos, uma pessoa passa a existir
quando ela se torna uma alma vivente, ou seja, quando ela nasce e vivencia o
mundo físico.
Já para Deus, que conhece tudo, antes
mesmo delas existirem de fato, a existência dos seres é diferente. Se você
olhar as profecias, por exemplo, elas estão no futuro, mas o profeta as vê como
se estivesse lá vivendo os acontecimentos. Em visão sobrenatural um profeta
poderia, vivendo na época do Antigo testamento, ver Jesus curando, ver Jesus
sendo batizando e até ver Jesus sendo ressuscitado, como se estivesse vivendo
quinhentos ou oitocentos anos após a sua época.
O Espírito de Deus (mente) possui toda
ciência.
Para se ter ideia da onisciência do Espírito de Deus, veja as pessoas que pré-existiram para Deus, mesmo quando elas não existiam de fato no mundo Tangível. Olha o que Deus falou para o Profeta Jeremias: “antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísse da madre, te consagrei, e te constitui profetas das nações” Jeremias 1:5. Para as pessoas, Jeremias se tornou profeta na vida adulta, para Deus, ele já era profeta bem antes de nascer! Deus ungiu um Rei, Ciro, 150 anos antes de ele nascer e ainda o chamou pelo seu nome! Isaías 45:1-5. Veja o que Deus disse de você e de mim: “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos...e nos predestinou para ele” Efésios 1:4,5, ou seja, você e eu fomos escolhido antes da fundação do mundo, nós estávamos vivos na mente de Deus antes de sequer existir o planeta terra! Aleluia!
Então até aqui ficou claro a
existência de dois mundos. Um mundo tangível e visível onde acontecem as
interações e as vivências dos seres criados por Deus. E um mundo espiritual onde as coisas só existem
no Espírito de Deus, ou seja, na mente de Deus. Nesse mundo, Deus não está
restrito a nenhum espaço ou tempo. Com sua onisciência pode avançar centenas de
anos a frente bem como retroceder. Pode também estar em vários lugares ao mesmo
tempo. Antes das coisas naturais e
visíveis existirem no mundo tangível, elas já pré-existiram no mundo do
Espírito de Deus. São cópias do que já estava lá na mente do Eterno.
Se tudo do mundo visível e físico
um dia já pré-existiu na mente de Deus, inclusive nós, quer dizer que Jesus
Cristo, o ungido, principalmente, antes da criação do mundo, também foi
conhecido e pré-existiu. A grande pergunta é: Será que além de pré-existir na
mente de Deus, o Messias também pré-existiu vivendo no mundo tangível de Deus?
Só que se acreditarmos que o
Cristo pré-existiu de fato, não somente na mente de Deus, mas que pré-existiu
antes da fundação do mundo vivendo e interagindo com todos os exércitos de
Deus, teremos que encontrar sua natureza, ou seja, qual era a natureza do
Cristo pré-existente? Bem, antes da fundação do mundo não havia homem, então
temos que descartar essa. Só nos resta a natureza de Anjo ou a Natureza de
Deus.
Jesus não poderia ter natureza de
anjo, pois a profecia, as promessas para o reino vindouro, não foram dadas aos
anjos. “a qual dos anjos disse jamais: Tu
és meu Filho, eu hoje te gerei...eu lhe serei Pai, ele me será Filho? Hebreus
1:5.
Muitos pensam que Jesus era o
arcanjo Miguel do antigo testamento, no entanto, arcanjo possui natureza de
anjo. Uma espécie de chefe de anjos que também é anjo. Não é certo dizer que
pelo fato do nome Miguel significar “Quem é como Deus?” é prova que está se
referindo a Jesus - pois acreditam que Jesus é o único que é como Deus - tal
pensamento é uma falácia, já que esse nome é apenas uma pergunta retórica que
argumenta que não há ninguém como o Eterno, ou seja, o arcanjo louva ao Deus do
céu com esse nome tanto quanto a pessoa que é chamada de “Jaziel” (Deus que vê)
o faz.
O Filho de Deus também não
poderia, antes do mundo ser criado, ter existido como Deus. Se ele fosse Deus
na pré-existência e tivesse deixado a divindade para se tornar homem, como
muitos acreditam, depois de sua experiência como homem, ao retornar ao céu,
deveria voltar e ocupar sua posição de igualdade junto ao Pai, o que não
aconteceu. Após a ressurreição, o Pai exaltou o Filho dando lhe um nome
exaltado. O Filho de Deus também sentou à direita do trono da Majestade.
Tornou-se sacerdote e mediador. E no reino vindouro se sujeitará ao Pai. Filipenses
2:9-11 Hebreu 1:3,4; I Timóteo 2:5;
Hebreus 9:11 I Coríntios 15:24-28. Deus, alguém soberano em todas as coisas e
que ocupa a posição mais elevada na hierarquia governamental do universo, não
pode ser jamais um mediador de Deus, um sacerdote de Deus, Deus não precisa de
exaltação de ninguém! Quando Jesus subiu ao céu, ocupou uma posição elevada, à
direita de Deus, mas não ocupou a posição de Deus. Isso prova que antes da
criação do mundo ou antes de nascer de mulher, o Mestre não era Deus.
Além do mais, o Filho de Deus não poderia ser alguém exaltado antes de se
tornar homem, pois o texto diz que o motivo de sua exaltação foi sua obediência
até a morte. No mundo tangível a exaltação de Cristo só se deu após a
ressurreição.
Se o Messias não pré-existiu no mundo tangível, que está no âmbito das
criaturas do Altíssimo, nem como anjo e nem como Deus e muito menos como alguém
exaltado, sua pré-existência só pode ter se dado no mundo do Espírito de Deus
mesmo, isto é, no mundo espiritual.
Entendemos o Espírito de Deus
como a mente de Deus. Paulo diz que a sabedoria e a salvação estiveram ocultas
desde a eternidade no Pai. Mas o Espírito de Deus nos revelou porque o Espírito
sabe todas as coisas 2 Coríntios 2:7-10. Logo, é na mente e no coração
que se localizam as ideias e os planos. As palavras são fruto daquilo que estava
na mente ou no coração. Por isso que Jesus é chamado de “verbo ou de palavra”
por João. Jesus era um plano ou uma ideia na mente do Pai antes de criar o
mundo. Foi por causa desse plano que ele criou todas as coisas “o mundo foi
feito por intermédio ou por meio dele.” Se o Filho não estivesse no espírito do
Pai (mente) nada teria sido feito. Por isso também que foi chamado de Deus “ e o verbo era Deus” ou seja, no antigo
testamento os juízes também eram chamados de “deus” no sentido metafórico I Samuel 2:25 o salmo 82
(na língua original onde se encontra juiz está escrito Elohin que é Deus). O
próprio Jesus mencionou isso quando disse: “não
está escrito na vossa lei: vocês são deuses?
Se o próprio Deus chamou deuses a
quem foi dirigida a palavra, a Escritura não pode falhar João 10:34-36. Ou seja, o próprio Pai chamou os juízes de
“deus” e os fariseus estavam escandalizados por Jesus dizer que era o Filho de
Deus. Um juiz é um elohin-deus que representa Deus. Claro que no sentido figurado,
ao pé da letra ninguém se compara a Deus! Então, no coração de Deus, havia um
rei que haveria de vir e julgar os povos. Por isso que o “verbo” era deus, esse
é o sentido do texto.
Infelizmente essa interpretação
se perdeu com a morte dos apóstolos e no
terceiro século, por deturpação das escrituras, foi o principal texto de apoio
da igreja romana para introduzir, junto com o Imperador Constantino, a doutrina
da divindade de Cristo no Concílio de Nicéia. Daí em diante, o Filho de Deus passaria a ser
sempiterno e divino igual que e o Pai. Não sabiam interpretar o fato de que a
eternidade do Filho estava somente no Espírito do Pai e não na percepção de
todas as criaturas de Deus.
Esse princípio de interpretação que
explica porque o Messias era o verbo é o mesmo princípio que explica porque ele
também é a sabedoria do capítulo 8 de Provérbios. Primeiro o leitor deve
entender que a linguagem do texto é poética. Usa-se uma “personificação” para
atribuir característica de pessoa a coisas que não são. A sabedoria sai
gritando nas montanhas e ruas da cidade para exortar os filhos dos homens. Esse
texto não se pode entender literalmente! No verso 25 em diante é mencionado que
Deus criou a sabedoria e a possuía antes da fundação do mundo e que a sabedoria
acompanhou quando o Eterno criou o mundo. Essa sabedoria possui o mesmo sentido
de “verbo” do Evangelho de João. A vontade de Deus expressa sua sabedoria. Essa
sabedoria foi falada e exposta pelos profetas, mas só se cumpriu com a vinda do
Messias e com a pregação do Evangelho. Antes de criar os mundos esse plano
surgiu na mente de Deus, daí o texto usar “Antes
que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci” verso
25. Infelizmente algumas pessoas
interpretam esse verso literalmente dizendo que esse foi o momento em que Deus
criou o Filho pré-existente, o que não é verdade.
Aí fica fácil de entender, em
algum momento, antes da criação do mundo natural, no Espírito de Deus, o Filho
de Deus é conhecido. Do mesmo jeito que Deus conheceu o profeta Jeremias antes
de ele nascer e o ungiu, do mesmo que o rei Ciro foi ungido 150 antes de
nascer, e do mesmo jeito que fomos escolhidos e predestinados antes do mundo existir, o
Messias foi escolhido para governar e receber todo o poder. Tudo acontecendo no
Espírito de Deus. Por causa dessa “Palavra e Sabedoria”, Deus cria todas as
coisas. Quando termina o mundo natural no sétimo dia, termina também o reino de
Glória que está preparado desde a fundação do mundo Mateus 25:34. Essa é forma de entender como que o sangue de
Jesus foi conhecido antes da fundação do mundo I Pedro 1:19,20. Afinal,
como já dissemos o mundo espiritual, na mente de Deus, vem antes que o mundo
tangível e natural.
Olha o que Paulo fala sobre esse
conceito: “aos que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conforme a imagem de seu Filho, a fim
de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:29. E mais, “Assim como trouxemos a imagem do que é terreno (de Adão) devemos trazer
também a imagem do celestial (Jesus) ” I Coríntios 15:49. Isto é, Deus já tinha projetado como que seria
a Família celestial bem antes que o mundo fosse criado. Nessa projeção os
salvos teriam a imagem de seu Filho. Porém, o primeiro a experimentar a Glória
de um corpo glorificado e de ser um espírito vivificante seria o Messias. Esse
é o sentido de ele ser o primogênito.
O primeiro ser da criação espiritual de Deus, até a ressurreição ninguém é como
ele! Nele vemos o modelo da nova Família de Deus!
Como aprendemos que há duas
formas de uma pessoa existir: vivendo em um mundo tangível e visível ou vivendo
somente no mundo do Espírito de Deus. Acreditamos que, antes da criação do
planeta, o Filho de Deus existiu somente no mundo do Espírito de Deus mesmo. Pois
se Jesus fosse o primeiro ser criado e tivesse sua existência percebida no céu,
por exemplo, esse primeiro ser criado seria a imagem da futura nação celestial
que surgirá. Ou seja, a palavra primogênito, no contexto de Romanos 8,
pressupõe outros irmãos com a mesma imagem e glorificação, mas sabemos que os
irmãos que irão ressuscitar no dia final ressuscitarão segundo a imagem, não de
um Messias pré-existente da Criação, mas segundo o Messias que ganhou corpo
glorificado após sua ressurreição. Comprovando o que dissemos: ele é o
primogênito da nova criação espiritual, mas sempre levando em conta que para
Deus, o espiritual vem primeiro que o natural.
Além do mais, vale lembrar que
quando o Mestre disse que já era Glorificado bem antes da existência mundo estava seguindo essa linha de
raciocínio aqui, isto é, antes que o mundo existisse, ele já era rei e juiz do
reino vindouro na mente do Pai.
A grande verdade é que Cristo
passou a existir de fato no mundo tangível de Deus quando ele foi feito um
pouco menor que os anjos. “Fizeste-o, por
um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroastes” Hebreus
2:7 O verbo fazer aí sugere o momento em que uma pessoa passa a existir
para as criaturas de Deus. O momento que ele é concebido no ventre de Maria
concretiza aquilo que existia apenas no Espírito do Eterno, isto é, o verbo se
fez carne.
Infelizmente algumas pessoas não conseguem alcançar esse entendimento por causa de algumas expressões idiomáticas da Bíblia. Sabe-se que as expressões idiomáticas usam o sentido figurado de comunicar dentro da cultura do povo. Por exemplo, quando dizemos “ Nossa Fábio, você caiu do céu nesse momento” a pessoa que ouve algo assim jamais entenderia ao pé da letra que o Fábio caiu literalmente do céu. Entende que o Fábio apareceu em momento oportuno. Outra expressão que usamos “ eu senti a mão de Deus naquele momento” ninguém entenderia que a pessoa sentiu a mão literal de Deus, o sentido aí é figurado. Em algumas passagens, a Bíblia relata que Jesus desceu do céu e infelizmente algumas pessoas entendem literalmente isso. Descer do céu significa algo que dizemos como “olha, esse emprego veio de Deus viu” ou seja, veio de Deus não porque desceu lá do alto, mas veio de Deus por causa de sua providência. Olha a prova: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu...e o pão que darei pela vida do mundo é minha carne” João 6:51. Ou seja, o pão que desceu do céu é o seu corpo. Isso não pode ser entendido literalmente, imagina o corpo de Jesus descendo lá do trono de Deus, não tem como!
Infelizmente algumas pessoas não conseguem alcançar esse entendimento por causa de algumas expressões idiomáticas da Bíblia. Sabe-se que as expressões idiomáticas usam o sentido figurado de comunicar dentro da cultura do povo. Por exemplo, quando dizemos “ Nossa Fábio, você caiu do céu nesse momento” a pessoa que ouve algo assim jamais entenderia ao pé da letra que o Fábio caiu literalmente do céu. Entende que o Fábio apareceu em momento oportuno. Outra expressão que usamos “ eu senti a mão de Deus naquele momento” ninguém entenderia que a pessoa sentiu a mão literal de Deus, o sentido aí é figurado. Em algumas passagens, a Bíblia relata que Jesus desceu do céu e infelizmente algumas pessoas entendem literalmente isso. Descer do céu significa algo que dizemos como “olha, esse emprego veio de Deus viu” ou seja, veio de Deus não porque desceu lá do alto, mas veio de Deus por causa de sua providência. Olha a prova: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu...e o pão que darei pela vida do mundo é minha carne” João 6:51. Ou seja, o pão que desceu do céu é o seu corpo. Isso não pode ser entendido literalmente, imagina o corpo de Jesus descendo lá do trono de Deus, não tem como!
Se a pessoa não prestar atenção
na linguagem figurada da Bíblia, ela pode errar no sentido. Paulo diz que não
ver à hora de deixar o seu tabernáculo ( corpo) e ser revestido da nova
habitação celestial ( corpo glorificado) que está no céu. II Coríntios 5:1-2.
Uma extrapolação aqui seria
acreditar que na ressurreição dos mortos o corpo de Paulo, que estaria lá no céu caso houvesse um entendimento literal do texto,
iria descer para ele. A Bíblia tem que ser lida com olhar espiritual. Ter alguma
coisa no céu e ter algo descendo do céu quer dizer apenas que nossa benção está
segura em Deus lá, nos planos dele, e ela desce do céu quando se cumpre em
nossas vidas. Esse é o sentido. Essa mesma regra serve para entender porque
Jesus é o enviado. Muitos pensam que é enviado porque estava lá céu e desceu
literalmente. Só que esquecem que há outros envidados de Deus como João Batista
João 1:6.
Diante do exposto, fica claro que
realmente Jesus pré-existiu sim antes de nascer de mulher, existiu sim antes da
criação do mundo. No entanto, essa existência se deu somente no Espírito de
Deus ( mente ). No mundo espiritual. O nascimento do Messias no mundo tangível
e visível se deu somente quando ele nasceu de mulher. Essa crença foi mais uma
jogada dos lideres romanos para apoiar a divindade de Cristo. Dizer que Jesus
foi e é sempiterno o equiparando com o Pai foi a base para apoiar a doutrina da
trindade no século III. A aceitação dessa doutrina em qualquer uma de suas
formas não deixa de ser um apoio aquilo
que foi aprovado no Concílio de Niceia.
excelente estudo!!!!
ResponderExcluirConcordo com tudo! Por isso que sempre digo que precisamos interpretar as Escrituras com base no Tanach e na cultura judaica. Aliás é preciso sempre seguir as regras de Hermenêutica judaica (Peshat, Remez, Drash e Sod). Gostaria de um esboço, um bata papo sobre a natureza humana de Yeshua, ou seja, ele nasceu de mulher mas a "semente" (semem) não poderia ser do eterno não faz sentido mas sim de Yosef. Tanto Yosef e Miriam eram da tribo de Judá, portanto filhos de Davi como o próprio adon Yeshua. Aguardo!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluir"Querido tenho passado a crê parecido com o estudo."
ExcluirGostaria de saber qual sua posição sobre adorar a Jesus.
Creio que deva adorar somente ao pai de Jesus, porém tenho dúvida se quem adora a Jesus é mesmo que estar adorando o pai.
por favor, exponha sua mente sobre o assunto, se possível for. Grato.
Não vamos totalmente certos em tudo.
ResponderExcluirPor exemplo, em experiências minhas em revelaçãoes bíblicas, posso afirmar que Jesus o Mestre dos Mestres esteve presente em muitas ocasiões do velho testamento.
41 998016623 Viola Watts.
EXCELENTE explicação.Parabéns pela clareza.
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