Na criação do
mundo, muito antes de existir judeus ou qualquer outra religião, Deus
Santificou o dia sétimo e o chamou de sábado que quer dizer descanso. Gênesis
2:1-3. Essa santificação foi confirmada no quarto mandamento da lei eterna
de Deus Êxodo 20:8-11.
No entanto, a
maioria dos cristãos da atualidade diz que a santidade do sábado foi retirada
pelo fato dos cristãos não estarem mais vivendo no tempo da lei e nem sob a
obrigação da antiga aliança, mas vivendo no tempo da graça.
Se desde a
criação do mundo, o Sábado era considerado Santo, que foi guardado pelos
profetas, apóstolos e inclusive por Jesus, o que aconteceu no novo testamento que
confundiu tanto os cristãos quanto a santidade do sábado?
Até o livro
de Atos capítulo 10 todas aquelas conversões que acontecia no novo testamento
eram de Judeus. Cornélio foi a primeira pessoa que não era judeu a se converter
na fé de Jesus Cristo. A grande maioria da Igreja era israelita, a Bíblia fala
que dezenas de milhares até dos que eram zelosos da lei se convertiam Atos
21:17-21. A forma de interpretar as escrituras (até em tão só existiam os
livros do velho testamento) era sob o olhar do judaísmo. Com a morte dos
apóstolos, que eram israelitas, e com a perseguição dos judeus pelo império
romano, pouco a pouco a influência judaica foi sumindo da Igreja e em seu lugar
foi crescendo a influência de crentes convertidos do paganismo. Já no século
III aconteceu o contrário que tinha acontecido no primeiro século, a grande
maioria da liderança da Igreja era de homens que vieram do paganismo, isto é,
carregava forte influência das filosofias gregas e latinas. Surge então uma
nova forma de interpretar as escrituras. A leitura dos profetas e das cartas de
Paulo, principalmente, são compreendidas e interpretadas, não como os judeus
interpretavam lá no primeiro século, comparando todo o contexto das escrituras, mas são interpretadas puramente sob influência da intelectualidade humana.
Essa
liderança de cristãos que vieram do paganismo e que assumiram a antiga liderança
de israelitas começou a buscar pretextos e desvirtuar as escrituras para apoiar
a entrada de algumas doutrinas que eram pagãs e que iriam entrar pouco a pouco
na igreja. Atos 20:29,30 II Tessalonicenses 2:1-4 Os profetas já tinham profetizado o surgimento
de uma apostasia no meio da Igreja.
Os pagãos
(pessoas que não criam no Deus de Israel) separavam o primeiro dia da semana, o
domingo, para adorar o deus sol. Muitos desses pagãos se converteram a Jesus. E
para continuar guardando o domingo mesmo no cristianismo e excluir qualquer
semelhança com o judaísmo, foi proibido pela igreja e pelos imperadores de “judaizar”
guardar o sábado. As cartas de Paulo em que ele fala sobre o fim da lei provisória
e sobre o fim da antiga aliança feita com os israelitas no antigo testamento
são colocadas como base de apoio para confirmar a transferência de santidade do
sétimo dia (Sábado) para o primeiro dia (domingo).
Porém, esse
raciocínio só mostra o quanto que a falta de conhecimento sobre a cultura do
antigo testamento pode levar a extrapolações.
Por exemplo,
as pessoas sempre confundem o sábado do sétimo dia que pertencia à lei eterna
com o sábado que pertencia à lei provisória de Deus. O primeiro sábado,
santificado na criação do mundo, como já dissemos, seria guardado por Adão mesmo
se não tivesse entrado o pecado no mundo, o segundo sábado, santificado na
época de Moisés, só foi apresentado por causa dos pecados, isto é, era uma lei
provisória que seria dada até o Filho de Deus expiar os pecados do povo.
No dia dez do
mês sétimo do calendário judaico, por exemplo, uma data fixa, uma vez ao ano,
uma data que poderia oscilar e cair em diversos dias da semana, terça-feira,
quinta-feira, por exemplo, acontecia um feriado chamado de dia da expiação.
Esse feriado era chamado de sábado. Sábado porque como a palavra sábado quer
dizer “descanso” e esses feriados eram dias de descanso, chamavam esses dias de
“sábado”. Levítico 23:26:32. Mas esses sábados não eram os sábados
semanais ou sábados do sétimo dia, eram sábados anuais que acontecia em
qualquer dia da semana.
E por causa
do pecado, esses sábados, no antigo testamento, estavam associados à lei do sacerdócio
levítico que tem a ver com sacrifício, derramamento de sangue de animais e com
o templo de Jerusalém.
Jesus é o cumprimento
do que figurava toda essa lei. Ele veio e fez expiação pelo pecado em nome de
seu Deus. Nele temos o perdão dos pecados. E se é nele, então não precisamos
mais da lei que é provisória e que foi dada até o tempo da correção. Esse é o
sábado e a lei que foi abolido. Não tem nada a ver com o sábado do sétimo dia. Hebreus
9 e 10
Quando Paulo
diz que ninguém deve nos julgar pelos dias e festas, pelas luas novas ou pelos
sábados uma vez que tudo isso seria o corpo de Cristo, ele está querendo dizer
que na nova aliança, estamos desobrigados de guardar as ordenanças sacrificais
que se deveria fazer nesses dias no templo Colossenses 2:16,17 “Então
Salomão ofereceu holocaustos ao
Senhor, sobre o altar..isto conforme as ordenanças de cada dia: nos
sábados, nas festas da Lua nova, e nas festas fixas: Pães Asmos, festa das
semanas, Festas dos Tabernáculos” II
Crônica 8:12-13. Não eram os dias que representavam figuradamente o corpo
de cristo, mas os holocaustos feitos nesses dias. Mediante a entrega do corpo
de Jesus findam os sacrifícios e as leis relacionadas ao sacerdócio levítico.
Ou seja, ninguém podia julgar os irmãos cristãos por não fazerem holocaustos
nos dias chamados santos: Sábado do sétimo dia, sábados anuais e nas festas de
lua nova. Paulo não está dizendo que o
sábado do sétimo dia foi abolido nesse texto!
O fato de
terem feito sacrifícios e holocaustos também no sábado do sétimo dia, não
indica que esse dia fazia parte da lei provisória, pois como já dissemos esse
dia foi santificado antes de entrar o pecado no mundo, isto é, não foi uma lei
criado por causa do pecado como os outros sábados cerimoniais.
Infelizmente
a teologia do século III não entendia isso e como conseqüência surgiram doutrinas
muito estranhas como a Domingo como o novo dia do Senhor em lugar do Sábado.
Além do mais,
quando as pessoas que não eram judias foram aceitos na Igreja, os apóstolos
disseram que não precisava lhes ensinar muitas coisas, somente as básicas, pois
o povo já sabia o que era ensinado sobre Moises nos sábados e nas sinagogas desde
os tempos antigos Atos 15:19-20. Ou seja, não precisava falar que o
sábado era o dia do Senhor para os irmãos gentios que estavam vindo, pois eles
já sabiam pela influência que as sinagogas judaicas exerciam em todas cidades
do contexto dos apóstolos.
Isso é bem
entendido quando comparamos com o tema circuncisão. O tema circuncisão é bem
falado em todo novo testamento por causa da polêmica que surgiu com esse
assunto. O circuncidar ou não as pessoas que não eram israelitas provocou
vários posicionamentos sobre o assunto inclusive os de Paulo. Por outro lado,
salvo nas controvérsias de curar ou não no sábado apresentados nos
evangelhos, não acontece nada de novo com o tema Sábado, por isso não havia necessidade de se enfatizar
esse tema. Se na época dos apóstolos alguém tivesse dito que o sábado não era
mais santo aí iria se levantar algumas discussões e os apóstolos seriam
obrigados a se posicionarem como aconteceu com o tema circuncisão e a não
obrigação de ser guardar as leis provisórias. Esse é o motivo de não se
enfatizar o tema sábado no novo testamento, isto é, não havia muitas polêmicas
relacionadas a ele e todos sabiam que ele era um dia santo.
A prova maior
é o Apóstolo João, no último livro do novo testamento, Apocalipse, dizer que
recebeu as visões de Deus no dia do
Senhor Apocalipse 1:10. Qual
dia foi separado para Deus desde a criação do mundo?
Desse modo,
todos os que dizem hoje que o sábado foi abolido com base em textos desconexos
de Paulo estão seguindo a liderança romana que surgiu na Igreja. Enquanto todos
os que dizem que o Sábado ainda é santo e ainda é o mandamento de Deus estão
seguindo o exemplo de seus antepassados espirituais que assim o fizeram. Não faz sentido dizer que está seguindo o mesmo
Deus de Israel, o Deus dos profetas, o Deus dos apóstolos e o Deus do Messias e
ao mesmo tempo profanar o dia de Deus.
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