Outro dia
estava ouvindo um pastor na rádio falar sobre a lei de Deus. Olha, confesso que
nunca vi tanta coisa que liga nada a coisa nenhuma. Ao mesmo tempo em que ele dizia
que a lei foi abolida e que os servos de Deus não estão mais na obrigação de
guardá-la por estarem vivendo o tempo da graça, dizia também que deveríamos guardar os
mandamentos de Deus e de Jesus Cristo como, por exemplo, o mandamento que diz
que não devemos fazer imagem de escultura. E para piorar as coisas ainda
disse que a lei dos dízimos que está relacionada com o sacerdócio levitico e
com o templo, que foi destruído pelos romanos, deveria ser obedecida fielmente
pelos fiéis. Que confusão teológica!
Diante do
embate, orei muito e pesquisei sobre o assunto para que esse tema seja
esclarecido e a igreja de Deus seja edificada.
Entendemos a
lei de Deus como a vontade de Deus para o seu povo. Essas leis sempre estão
baseadas no amor. Por isso sua transgressão resulta em pecado, pois Deus é
amor. I João 3:4 As virtudes e qualidades de Deus estão expressas em sua
lei.
No entanto,
embora as escrituras falem somente em lei de Deus, podemos notar facilmente
duas características da lei. Lei eterna e lei provisória e circunstancial.
Qual que
seria a lei eterna? A lei eterna seria a mesma lei que a humanidade deveria
obedecer mesmo se o homem não tivesse cometido pecado. A lei que tem seus princípios
representados nos dez mandamentos. Então mesmo que Adão não pecasse, a raça
humana continuaria não fazendo ídolos, não considerando ninguém como Deus ou
algo parecido, continuaria em perfeita harmonia, corpo, alma e espírito, consigo
mesmo e com seu próximo. Princípios universais de relacionamento: nada que me
prejudique e que não prejudique o meu próximo.
Essa lei é
eterna, pois até no reino vindouro, depois da volta do Messias, esses princípios
continuarão a ser obedecidos.
Vale lembrar
que essa lei foi, em um primeiro momento, escrita somente nas consciências das
pessoas, e somente em um segundo momento, escrita em duas tabuas de pedras.
E, também, é
bom frisar que quando Jesus falou sobre a essência da lei que era amar a Deus e
amar ao próximo ele não estava trazendo algo novo, mas apenas mencionando algo
que as pessoas já sabiam, mas que estavam deixando de obedecer. Levitico
19:18 Deuterônomio 6:5.
Já a lei
provisória e circunstancial que, embora não está explícita como provisória nas
escrituras, é uma lei com características bem diferentes da lei eterna.
Essas leis só
foram dadas a humanidade por causa do pecado que entrou no mundo. Se Adão não
pecasse certamente não haveria essas leis. O homem pecou e como conseqüência do
pecado perdeu parte da essência de Deus dele. As leis Eternas de Deus passaram
a não se harmonizar tanto com o seu coração. E agora, o que fazer? Se Deus e pecado não combinam, como o homem
poderia se relacionar com Deus? Então é que foi apresentada uma lei provisória (na
forma de figura) que justificaria o homem até o tempo da correção (vinda do
Filho de Deus) tempo em que a sombra encontraria sua substância.
A circuncisão,
que era uma marca no exterior ou no corpo da pessoa, expressava que a pessoa
era de Deus. As leis de sacrifício de animais na forma de ofertas (na era dos
patriarcas) A lei dos sacrifícios e das cerimônias com aspersão de sangue (na
era do santuário e do sacerdócio levitico). Os dias santos e feriados que
tinham relação direta com os sacrifícios. Levitico 16 e 23. Essas leis
eram contrárias aos povos de outras nações, pois só podiam participar das bênçãos
espirituais, os que tinham pacto com Deus: os circuncidados, isto é, os
Filhos de Israel. Efésios 2:11-15.
Era plano de
Deus que todas as leis provisórias se cumprissem em Cristo. Todas as pessoas
que aceitaram o Filho de Deus como salvador, no novo testamento, passariam a
cumprir os princípios dessa lei no próprio Filho de Deus. Romanos 10:4.
Agora, na
nova aliança, não precisava os gentios ser circuncidados e ir ao templo de
Jerusalém para sacrificar cordeiros e mais cordeiros, de derramar sangue e mais
sangue, pois por aceitar o Messias que veio de Deus, foram justificados, o
derramamento do Espírito sobre os incircuncisos provou isso, automaticamente, pela fé, já
foram enxertados na raiz da oliveira, isto é, no Israel de Deus.
E como a lei
provisória era apenas sombras e figuras do plano verdadeiro que haveria de vir
no futuro, não possuía força para transformar o homem interior. Hebreus 10,
Gálatas 3:19. E o fato dos filhos de Israel se tornarem idolatras
pouco tempo depois de prometerem eterna fidelidade a Deus, prova isso, Êxodo 19 e 32 houve a
necessidade de uma nova aliança. Uma aliança que colocasse a mente humana em
sintonia com a Lei eterna de Deus. Hebreus 8:8-11 . Vale mencionar que o
problema da antiga aliança não estava na Lei Eterna dos dez mandamentos, mas na
lei provisória que não conseguia ajudar o homem a melhorar seu coração na guarda
dos princípios da Lei Eterna.
Então se
antes (antigo testamento) as pessoas deveriam buscar a lei provisória por estar
em falta com a lei eterna, ou seja, por causa dos pecados as pessoas corriam em
busca da justificação provisória da lei que era o cumprimento das ordenanças cerimoniais,
agora com a justificação em Cristo, as leis provisórias perderam o valor. Ou
seja, se eu já fui aceito, justificado, perdoado, renovado e sigo guardando os princípios
da lei dos dez mandamentos, para que circuncidar? Para que sacrificar animais
no templo?
Foi
justamente isso que alguns irmãos não entenderam na igreja primitiva. Alguns
judeus que aceitaram a fé em Cristo insistiam que os gentios (pessoas que não
eram judeus) que estava entrando na Igreja guardassem a lei provisória:
circuncidar, sacrificar ir ao templo nos dias de festas. Paulo, sabendo disso,
escreve cartas aos irmãos dizendo que a lei fora abolida e que todos os que
seguissem se justificando na lei, cairia da graça. Segundo Paulo, a Lei seria
um aio, teria validade somente até Cristo, pois o fim da lei é Cristo.
Aí que está o
ponto da discórdia de hoje, muitos não levam em conta o contexto das escrituras
nas discussões de Paulo. Não entendem que a lei mencionada por Paulo não é os
dez mandamentos, mas a lei que foi dada como provisória no antigo pacto. Os dez
mandamentos não são leis que se cumpriram na forma de figura. Hebreus 8:4,5
.Não tomar o nome de Deus em vão foi um mandamento para Adão, foi um mandamento
para os patriarcas, foi um mandamento para o povo de Israel, foi um mandamento para
os apóstolos, para o próprio Jesus e para a Igreja de Deus, desde o primeiro
século, passando pela igreja perseguida até nossos dias.
Já a lei do sacrifício
e a lei da circuncisão não, não foi guardada antes da entrada do pecado, e não vai ser guardada no reino vindouro, uma
vez que não existirá mais morte. Uma lei Eterna e uma lei provisória. Uma foi
criada para não deixar o homem pecar e a outra foi criada como conseqüência do
homem ter pecado.
Agora hoje,
muitos pastores, muitos religiosos até sinceros, mas sem nenhum conhecimento
das escrituras, pegam os textos, desconexos, de Paulo para dizer que Paulo está
afirmando que a lei ETERNA de Deus foi abolida por vivermos no tempo da graça.
Não entendem que a graça veio justamente para ajudar o homem a guardar os dez
mandamentos e não para transgredir. Por que estamos no tempo da graça, devemos
tomar o nome de Deus em vão? Então quem tem ouvido para ouvir que ouça: JESUS
NÃO ABOLIU OS DEZ MANDAMENTOS, ABOLIU somente A LEI PROVISÓRIA QUE CONSISTIA NA
FORMA DE ORDENANÇAS! A transgressão de qualquer preceito dos Dez mandamentos resulta
em pecado grande contra Deus!
No próximo estudo falaremos sobre o Sábado do quarto mandamento da lei.
Sábias palavras, parabéns a explicação faz total sentido. Paz de Jesus.
ResponderExcluirA explicação está correta na minha opinião, Deus o abençoe pela disposição em publicar sobre a palavra da salvação.
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