1) “Pois
mesmo Jesus subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual
a Deus” Filipenses 2:6. JESUS DEIXOU SUA
DIVINDADE PARA SE TORNAR HOMEM?
Refutação: Esse texto não está
dizendo que Jesus era Deus e deixou sua divindade para se tornar homem, o texto
está dizendo que ele tinha a “forma de Deus” ou “era como Deus”, nesse caso o
texto utiliza uma figura de linguagem chamada comparação. Na comparação
apontamos semelhanças e não uma igualdade exata daquilo que tomamos como
referência. Ser como Deus ou ter semelhanças com a divindade não é a mesma
coisa que ser igual à divindade. É como
se eu estivesse dizendo assim: “O príncipe é como o rei ou o príncipe tem
a forma de um rei, mas ainda não é rei”.
Um rei não tem forma de rei, assim como um Deus não tem forma de Deus, ele é
Deus e pronto.
De outra forma,
o próprio texto se explica por si só pela palavra “usurpação”, isto é, usurpamos
algo quando tomamos algo ou alguma posição que não nos pertence. Assim, ao
dizer que Cristo não quis usurpar o
ser igual a Deus já dá o sentido do texto, ou seja, alguém muito
exaltado, alguém que não é um homem comum, já que tem a forma de Deus, mas que
não quis se exaltar acima de sua posição, antes pelo contrário preferiu se
humilhar como se fosse um homem comum, ou seja, ele é Príncipe e não rei, mas
ao invés de se exaltar como rei preferiu se parecer como plebeu e essa a
verdadeira interpretação do texto.
E tem mais, no
verso nove em diante ainda diz que por causa da obediência do Filho de Deus,
ele foi exaltado por Deus ganhando um nome glorioso e uma exaltação que no
texto é nos dito que seria para a Glória do Pai. Como já sabemos uma divindade
não pode receber exaltação de posição de ninguém, pois sua posição já é a
primeira e única do Universo. Na verdade é justamente Deus quem exalta todos os
seres e não que ele precise de exaltação nenhuma.
2) “Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os
judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas
obras da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam–lhe os judeus:
Não por obra boa que te apedrejamos, mas sim por causa da blasfêmia, pois sendo
tu homem, te fazes Deus a ti mesmo...então, daquele a quem o Pai santificou e
enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou FILHO DE DEUS?”
João 10:29-36. SER FILHO DE DEUS É A MESMA COISA QUE SER DEUS?
Refutação: Nesse texto é importante
entender a diferença de interpretação dos fariseus e do próprio Jesus. Por exemplo, todos nós sabemos que para
os ortodoxos da época Jesus era um transgressor do sábado ao pegar espigas para
comer com os discípulos, no entanto, em
nenhum momento houve nenhuma transgressão
do filho de Deus, a transgressão se dava somente na errônea interpretação dos
religiosos da época. A mesma coisa aconteceu nesse texto, ao tentar deixar
subtendido no contexto que era Filho de Deus e Cristo os fariseus erroneamente interpretaram
como que ele estava se passando por Deus, o que não é verdade. O Salvador deixa
bem claro que ele era o Filho de Deus e não Deus. Perceba que para não dá
motivos de falsa interpretação ele ainda tenta dizer que todas suas obras eram
da parte do Pai e não dele mesmo.
Outra coisa que
muita gente não presta atenção é na resposta que Jesus dá aos judeus quando
eles dizem que Jesus estava se passando por Deus. Veja: “Replicou Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu
disse sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra
de Deus, e a escritura não pode falhar” verso 34-35 de João 10. Ou seja, o próprio Pai chamou alguns juízes
de Israel de deuses (I Samuel 2:25, Salmos 82:1-6 sentido metafórico) e ali estava o Filho de Deus que eram bem
maior que os juízes de Israel e os judeus se escandalizaram quando ele falou
que era Filho de Deus. Assim, com essa explicação Jesus tentou dizer algo do
tipo: “Se o próprio Deus chamou homens comuns de “reis”, por que vocês estão
escandalizados pelo fato de eu, que sou bem mais exaltado que qualquer homem
comum, ter dito que sou príncipe?” Essa
explicação de Jesus prova que ele não quis dizer que Filho de Deus era
Deus, antes pelo contrário.
3) “Ouve,
Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” Deuteronômio 6:4. A
PALAVRA “DEUS” E A PALAVRA “ÚNICO” NESSE TEXTO, NOS ORIGINAIS HEBRAICOS, ESTÃO NO PLURAL E ISSO COMPRAVA QUE DEUS É UMA
UNIDADE COMPOSTA, OU SEJA, QUE DEUS É TRIUNO?
Refutação: As escrituras foram escritos por um
povo, israelita, e para um povo, povo israelita. Quando a Bíblia foi escrita, em um primeiro
momento, ela não foi escrita para nós, gentios. Por isso que para entendermos os
diferentes sentidos da palavra temos que recorrer à cultura e ao modo de pensar
do povo da Bíblia. Muitos erros de interpretação acontecem porque as pessoas
pegam textos que foram escritos cerca de 1500 anos antes de Cristo em um língua
muito diferente da nossa e em um lugar muito distinto do que vivemos e tentam
explicar esses textos usando como parâmetro nossa língua e a cultura da
atualidade.
Os israelitas usam as palavras no plural, muitas vezes,
não para indicar quantidade, mas para indicar qualidade de supremo, elevado ou
grandioso. Quando um judeu vê um hipopótamo (behemóth em hebraico) mesmo
vendo um só animal ele usa o plural hipopótamos. A mesma coisa acontece quando
um israelita olha para o céu e ver somente um céu, o céu azul das nuvens ele o
chama de “céus” no plural. Chamamos de
plural majestático e não de plural quantitativo.
Essa é a ideia em chamar um só Deus de “Deuses”
(Elohin) e essa também é ideia em chamar esse Deus de “Senhores” (Adonai), isto
é, é um só Deus, uma só pessoa, mas uma pessoa tão exaltada, tão elevada, tão inigualável
que merece ter os nomes que o designa no plural. Dizer que os copistas israelitas colocavam a
palavra “Deus” no plural para sugerir um Deus triuno é tão equivocado quanto
dizer que a língua portuguesa só usa o pronome “vossa” para se referir a um
plural: Vossa maneira de viver sempre me encantou = maneira de viver de mais
uma pessoa/Vossa maneira de viver sempre me encantou= maneira de viver de uma
só pessoa, do Ministro, por exemplo. Em um contexto o pronome está no plural e
faz referencia a mais de uma pessoa e em outro contexto o mesmo pronome faz
referencia a uma só pessoa. Assim, ao
pegar textos hebraicos fora do contexto e desconsiderar a cultura e o modo de
pensar do povo de Israel, milhares são levados a falsas interpretações, vendo
Deus triúno onde só tem um só.
4)
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade eu
vos digo, antes que Abraão existisse, Eu sou. Então pegaram pedras para
atirarem nele, mas Jesus se ocultou e saiu do templo” João 8:58,59. QUANDO
JESUS DISSE QUE “EU SOU” ELE ESTAVA SE EQUIPARANDO AO GRANDE EU SOU, ISTO É, AO
PAI?
Refutação:
Engraçado, todo mundo fala da importância de levarmos em conta os contextos das
escrituras, só que na hora de defender a doutrina da minha igreja eu levo em
conta somente um verso ou somente uma expressão mesmo.
Em Êxodo três Deus se apresenta como o grande eu sou.
Na verdade é o significado de seu nome (YHVH) que é “ Eu sou o que sou”. Dando a entender que
Deus é o que ele quer ser e que não tem como mente humana definir com exatidão a divindade.
Já no contexto de Jesus o tema é sobre a pré-existência de Cristo, ou seja,
Jesus tentou usou o verbo “Ser” no caso, não para dizer que ele é o que ele
quer ser, mas para dizer que ele, de certa forma, é anterior a Abraão, isto é,
ele existia antes de Abraão. É isso que acontece, as pessoas pegam o verbo ser
dizendo uma coisa em um texto e ligam com o verbo ser que diz outra coisa em
outro texto e tenta com isso provar algo que a Bíblia não diz e assim
extrapolam os sentidos da verdadeira teologia.
5) “Ninguém
jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”
João 1:18. SE JESUS FOI CHAMADO DE “DEUS” É PORQUE ELE É DEUS?
Refutação:
Quando lemos a Bíblia temos que tomar muito cuidado com as diferentes
linguagens que ela tem, pois ora está em uma linguagem denotativa e real e ora
está em linguagem conotativa e figurada. O grande perigo é interpretarmos algo literal
como figurativo ou interpretarmos algo figurativo como literal.
É a harmonia com o restante das
escrituras que nos ajudam a diferenciar aquilo que se fala com aquilo que se
quer dizer. A Bíblia fala que João
Batista é o profeta Elias, fala isso, mas quer dizer outra coisa. A Bíblia também
fala que os discípulos que o então Saulo de Tarso estava perseguindo eram “cristos”
e isso jamais deve ser interpretado ao pé da letra.
A palavra “Deus” tem um sentido real e
denotativo quando se refere à Majestade e ao Criador do céu e da terra. Mas
também pode ter alguns sentidos conotativos e figurativos para nomear os representantes
de Deus que exercem alguma função que pertence à divindade. Veja como a palavra “Deus” era usada no antigo
testamento para nomear os juízes de Israel: “Deus assiste na congregação divina e no meio dos deuses (juízes) estabelece
seu julgamento...Eu disse: sois deuses (juízes) sois todos filhos do Altíssimo,
todavia como homens morrereis...Salmos 82.
O próprio Deus chama de “deuses” os filhos dos homens pelo fato de eles
exercerem alguma função em seu nome. Veja outro texto: “Pecando o homem contra o próximo “Deus” (juiz) lhe será o árbitro,
pecando contra o Senhor, quem intercederá por ele...I Samuel 2:25. Os juízes
eram chamados de “deus” por serem representantes da divindade. No entanto, o
sentido aí é metafórico, não se deve entender esses textos literalmente.
Esse mesmo princípio foi dito a
Moisés: “Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão,
será o teu profeta” Êxodo 7:1. Moisés era “deus” sobre Faraó não porque ele
era uma divindade, mas porque ele estava agindo “como” a divindade e exercendo
funções que pertencem a divindade daí vem a comparação e o sentido metafórico
da palavra.
Então, se os juízes de Israel e Moisés foram chamados
de “deus” no sentido figurativo e metafórico por possuírem funções
privilegiadas e por serem representante da Divindade, por que Jesus, que também
recebeu do Pai autoridade superior a deles para julgar e para governar o mundo vindouro e esse mesmo Jesus
que é a expressa revelação da Majestade também não poderia receber esse título?
Claro, “deus” no sentido figurativo
apenas, no sentido amplo ninguém pode ser chamado de Deus.
E para ampliar ainda mais esse negócio de sentidos que as
palavras possuem, olhe o que a Bíblia diz sobre a palavra pai: “a ninguém na terra vos chameis vosso Pai,
porque um só é vosso Pai, aquele que estás nos céus” Mateus 23:9. A palavra
Pai pode ser usada com um sentido para se referir àquele que nos gerou, mas não
pode ser usada com sentido de criador, isto é, uma só palavra e dois sentidos.
Assim, se dá com a palavra Deus, para se referir ao
criador do universo é um sentido único e singular. Nenhum ser no vasto universo
pode ter a capacidade de assim ser chamado. No entanto, pode se referir a Jesus no sentido
metafórico para indicar que o Filho de Deus é o grande representante e o grande
Governador da Divindade. Então, chamar
ou não Jesus de “deus” vai depender do sentido que queremos dar, porém jamais
com sentido de supremo criador ou de Majestade maior, pois esses sentidos são
atribuídos exclusivamente ao Pai.
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